segunda-feira, 30 de março de 2015

COISAS



 Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
 Não me ponho a pensar se ela sente.
 Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
 Mas gosto dela por ela ser uma pedra
 Gosto dela porque ela não sente nada.
 Vive, dizes no presente vive só no presente. mas eu não quero o presente, quero a realidade quero as coisas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente? É uma coisa relativa ao passado e ao futuro, é uma coisa que existe em virtude de outras coisas existirem.
Eu quero só a realidade, as coisas sem presente, não quero incluir o tempo no meu esquema, não quero pensar nas coisas como presentes; quero pensar nelas como coisas, não quero separá-las de si próprias, tratando-as por presentes,eu nem por reais as devia tratar, eu não as devia tratar por nada, eu devia vê-las, apenas vê-las, vê-las até não poder pensar nelas, vê-las sem tempo, nem espaço, ver podendo dispensar tudo menos o que se vê, é esta a ciência de ver, que não é nenhuma.
Outras vezes ouço passar o vento e acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido. Image du Blog perolascraps.centerblog.net

4 comentários:

Sempre que possível, seja clara (o). Mas que sua clareza não seja o motivo para ferir o outros.
Obrigado pelo comentario