segunda-feira, 29 de junho de 2015

QUANDO VIER A PRIMAVERA


 Quando vier a Primavera,
 Se eu já estiver morto,
 As flores florirão da mesma maneira
 E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
 A realidade não precisa de mim.
 Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
 Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
 Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
 Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
 E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
 Por isso, se morrer agora, morro contente,
 Porque tudo é real e tudo está certo.
 Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
 Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
 Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
 O que for, quando for, é que será o que é.

Alberto Caeiro

 




APRENDI

Eu aprendi que eu sempre posso fazer uma prece por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma. Eu aprendi que algumas vezes tudo o que precisamos de uma mão para segurar e um coração para nos entender, que o tempo cura todas as feridas Aprendi que qualidade é mais importante que quantidade. Aprendi que se respeitar é mais importante do que impressionar. Aprendi a gostar mais de quem eu sou, do que da pessoa que os outros querem que eu seja. Aprendi a buscar o equilíbrio e ser honesta com os meus anseios, e a não deixar que o que os outros fazem, desejam ou conquistam tenham impacto na minha vida. Aprendi a ficar focada em coisas que mefaçam feliz e me tragam satisfação, e não apenas em coisas que possam me trazer dinheiro. Aprendi a valorizar mais o meu tempo. Aprendi a não dedicar a minha amizade a pessoas que não merecem. Aprendi com o Mestre da Vida que viver é uma experiência única, belíssima, mas brevíssima. E, por saber que a vida passa tão rápido, sinto necessidade de compreender minhas limitações e aproveitar cada lágrima, sorriso, sucesso e fracasso como uma oportunidade preciosa de crescer. Aprendi que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes eu tenho que aprender a perdoar-me a mim mesma. Aprendi que com a mesma severidade com que julgo, eu serei em algum momento condenada. Aprendi que não importa em quantos pedaços meu coração foi partido, o mundo não pára para que eu o conserte. Aprendi que o tempo não é algo que possa voltar para trás. E aprendi que realmente posso suportar... que realmente sou forte, e que posso ir muito mais longe depois de pensar que não podia mais. E que realmente a vida tem valor e que tenho valor diante da vida! Não venci todas as vezes em que lutei, mas perdi todas as vezes em que deixei de lutar. Por tudo o que já passei nesta vida, eu cresci e aprendi a afastar de mim tudo o que me faz mal, meu coração chama a isso de egoismo, mas a minha razão chama de amor próprio.